A transferência das práticas e conhecimentos adquiridos durante os quase dois anos no Curso de Processamento de Pescados e Cooperativismo pelas mulheres e participantes do Projeto Cambira, tem a importancia de valorizar e divulgar o trabalho deste Projeto.
A Cooperativa de Produção de Beneficiamento de Pescados de Balneário Barra do Sul é o resultado prático do Projeto, e espera-se que durante o ano de 2012, esta Cooperativa possa iniciar na prática a comercialização de seus produtos de uma forma legalizada e segura para o consumidor final.
Num primeiro momento as técnicas primitivas de obtenção de alimentos serviam para abastecer o próprio ser humano e sua família. Mas, ao viver em comunidade cada vez maior a atividade de conservar alimentos deixou de ser uma necessidade individual para se tornar necessidade de toda uma comunidade, pois surgiam profissões que impediam que seus praticantes saíssem em busca de comida.
Este fato gerou a necessidade de que uma parte de comunidade se dedicasse a preparar alimentos para todos. Surgiram então os primeiros abatedouros coletivos de animais e suas dependências anexas com princípios de industrialização: salga, cozimento e defumação.
Devido a esta situação surgiram também os primeiros casos de saúde pública, pois um produto impróprio causava mal a um grande número de pessoas. Os administradores das cidades e regiões, preocupados com situação, foram criando regras tendo em vista a segurança alimentar.
A inspeção do pescado inicia-se nos cais de desembarque, no momento em que os barcos pesqueiros fazem o descarregamento. O desembarque do pescado e sua destinação têm de ser avaliados pelos profissionais da inspeção, a fim de assegurar as boas condições higiênico-sanitárias dos peixes e dos frutos do mar capturados.
Um dos pontos mais importantes a ser considerado é o que se refere à procedência do pescado, pois a mesma está relacionada diretamente com os níveis de contaminação das águas: pesca em alto mar ou costeira, em rios, em lagos ou em reservatórios. Do mesmo modo, é importante considerar as técnicas de pesca, uma vez que a qualidade do pescado depende das práticas adotadas. Nesta etapa são avaliadas as alterações observáveis macroscopicamente, como decomposição, esmagamento e lesões provenientes dos mais variáveis tipos de enfermidades.
O pescado considerado em condições satisfatórias é destinado para os entrepostos, para posterior distribuição; daí segue ou para o comércio varejista ou para os diferentes tipos de indústrias. O transporte é uma etapa importante e tem de ser realizado em caminhões frigoríficos. Em todas estas fases, a inspeção tem de se fazer presente, assegurado, principalmente, que a cadeia do frio, indispensável para a conservação do pescado, seja mantida com rigor.