sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mulheres do projeto Cambira replicam os conhecimentos para a comunidade



Grupo de mulheres capacitadas na oficina de processamento de pescados
 





Os conhecimentos adquiridos pelas mulheres da Cooperativa da Comunidade Pesqueira de Balneário Barra do Sul, que participaram de cursos de Processamento de Pescados e Cooperativismo, realizado de março de 2010 até junho de 2011, em paceria com o IFC/Campus Araquari e Epagri, agora são replicados pelas próprias alunas para outras pessoas da comunidade, através de oficinas específico de Processamento de Pescados. 
Cooperada Joana Kaminski,  manipulando os pescados

Na oficina realizada na Cozinha Experimental do IFC/Campus Araquari, que teve duração de oito horas, as pessoas tiveram a oportunidade de aprender a manipular os pescados conforme as Boas Práticas de Fabricação, e entender como e porque pode-se obter um melhor aproveitamento. "Com excessão das vísceras, dos ossos e espinhas, tudo pode ser aproveitado, seja para fazer bolinhos, seja para curtir a pele, seja para filé ou posta", afirma a pescadora e instrutora da aula prática, Cheila Verbiene.


Hamburguer produzido na aula





sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reunião no dia 12 de julho de 2011 escolhe diretoria da Cooperativa

A Cooperativa da Comunidade pesqueira de Balneário Barra do Sul se consolida a cada dia que passa.
Na reunião do dia 12 de julho de 2011 foi realizada e eleição para escolha da sua diretoria.
A oficialização da Cooperativa deverá ocorrer nos proximos dias.

Josué de Souza (em pé) foi escolhido como Presidente da Cooperativa
















Presidente: Josué de Souza
Vice Presidente: Maria Helena dos Santos Luzia

Tesoureiro: Rosangela Vieser
2º Tesoureiro: Paulo Xavier de Almeida

Secretário(a): Maurília Roters Kopmann
2º Secretária: Cheila Cristina Sebastião da Silva Verbiene

CONSELHO FISCAL:
Fernando Vieser
Josiane Gorete Carvalho Rodrigues
Córdula Schulz

SUPLENTES:
Alessandra Cristina da Silva Souza
Arlete Dalla Vechia
Raquel Damasceno da Silva


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Produção de alimentos X Meio ambiente

SINUCA DE BICO
Xico Graziano



Dois grandes desafios, historicamente opostos, afligem a humanidade: alimentar a crescente população e preservar o meio ambiente. Nesse dilema civilizatório inexiste solução fácil. Tempos difíceis se aproximam.

Uma variável fundamental reside no crescimento da população. A crise ecológica que afeta o mundo somente passou a se manifestar quando os seres humanos ultrapassaram certo limite na pressão sobre os recursos naturais do planeta. Assim nasceu o conceito da pegada ecológica.


Seu cálculo determina a extensão do território - em terra e no mar - necessária para sustentar uma pessoa, ou a sociedade, considerando o nível de tecnologia e o modo de vida. Calculado em hectares, o seu valor permite avaliar a sustentabilidade da civilização.

Os dados da Global Footprint Network, entidade que propôs originalmente a ideia, indicam que a pegada ecológica global atingiu 2,7 hectares por pessoa (2007). Multiplicando esse valor pela população mundial, resulta em 18,1 bilhões de hectares. Essa seria a área necessária para sustentar a demanda, ambientalmente falando, da sociedade global.

Acontece que a disponibilidade biologicamente produtiva no mundo soma 13,4 bilhões de hectares. Ou seja, a pegada ecológica da humanidade já ultrapassou a capacidade de suporte do planeta Terra em 35%. Das duas, uma: ou se modifica o modo de vida, tornando-o menos perdulário da natureza, ou se reduz a população humana. A primeira providência será dificílima; a segunda, quase impossível.


Vale o raciocínio: o nível de consumo médio da sociedade global estabelece uma pressão sobre os recursos naturais capaz de sustentar, no máximo, 5 bilhões de habitantes. Mas a população mundial, conforme estima a ONU, deverá atingir 9 bilhões de pessoas próximo de 2050. O colapso da sociedade, portanto, somente se evitará com a alteração do padrão civilizatório.


É bem verdade que essa trajetória rumo ao mundo sustentável vai afetar desigualmente as nações. Os países ricos detêm 20% da população mundial, mas consomem 80% dos recursos naturais do planeta. Mais populosos, os países em desenvolvimento lutam para escapar da miséria e atingir o invejado modo de vida dos povos ricos, europeus ou norte-americanos. É trágico perceber que dificilmente essa hora chegará para eles.


Mesmo com as esperadas inovações tecnológicas, que possivelmente elevarão a oferta de energia limpa, entre outros ganhos ambientais, é inimaginável supor que a totalidade da população humana possa vir a manter, no futuro próximo, um padrão de vida semelhante ao dos ricos de hoje. Um azar histórico se configura.


A visão antecipada da tragédia poderá ser, por outro lado, a sorte da humanidade. Decisões políticas, locais e globais, chegarão para consignar a mudança civilizatória. Esse necessário adeus ao sonho de consumo ocidental, entretanto, atormenta a imaginação. Como estaremos vivendo no final deste século?


Ninguém sabe direito. A incerta trajetória rumo ao mundo sustentável trabalha com raciocínios utópicos: novas tecnologias se combinarão com profundas mudanças culturais; os desejos de consumo e as expectativas de vida ter-se-ão modificado; os direitos e os deveres incluirão normas da sociedade global; a educação ambiental prevalecerá. Haverá harmonia entre homem e natureza.


Na dura realidade, para ser bem resolvida a equação sustentável dependerá do sucesso de uma variante fundamental: a segurança alimentar. Aqui o problema fica mais complexo. A necessidade crescente da produção de alimentos vai elevar a pressão sobre o território natural.


A alimentação humana navega no fio da navalha. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a demanda mundial por alimentos cresça entre 70% e 100% até 2050, bem acima do aumento populacional. Isso porque a urbanização e a melhoria da renda familiar nas economias em desenvolvimento exigem mais proteína na mesa das pessoas. China e Índia que o digam.


É certo que a capacidade produtiva da agropecuária venceu, por enquanto, a disputa com a população. Todos reconhecem que tal êxito se deve à fantástica evolução tecnológica combinada com a queda na taxa de natalidade. Ponto pacífico.


Houve, porém, um terceiro fator decisivo: a farta disponibilidade de terras virgens. Nos últimos 200 anos, desde que Malthus publicou seu famoso ensaio sobre a população, o desmatamento progressivo de imensos territórios garantiu a expansão da base produtiva rural. Não faltou comida.


É dramático perceber que o processo exploratório sobre a natureza bruta se esgota. Anda no limite a capacidade da agricultura norte-americana e europeia, tanto quanto na China, Índia, Austrália. Pior: milhões de hectares de terras produtivas sofrem com a salinização, o rebaixamento do lençol freático e a desertificação.


Conclusão: será cada vez maior o esforço para aumentar a produção de alimentos. Por outro lado, a pressão ambientalista requer novas áreas protegidas, em nome da biodiversidade planetária. No passado o desmatamento corria solto. Hoje é inaceitável na opinião pública.


Comete crasso erro de análise quem invocar o velho dilema malthusiano como desculpa para a inércia. O desafio alimentar que a humanidade enfrenta agora surge em outro patamar. A inédita demanda proteica, puxada pela queda progressiva da pobreza mundial, ocorre em tempos de reclamo preservacionista. Sinuca de bico.


Torna-se ridículo, nesse complexo cenário, verificar as querelas egoístas e sectárias entre ambientalistas e ruralistas, que brigam pelo Código Florestal olhando o próprio umbigo. Para vencer o grande desafio da humanidade, em vez de inimigos, necessariamente eles terão de se irmanar.

AGRÔNOMO, FOI SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO.
E-MAIL: XICOGRAZIANO@TERRA.COM.BR